Evocação de vivências análogas às de todos nós

Antesmente eu tentara coisificar as pessoas e humanizar as coisas. Porém humanizar o tempo! Uma parte do tempo? Era dose. Entretanto eu tentei. Pintei sem lápis a Manhã de pernas abertas para o Sol. (...) eu aprendera que as imagens pintadas com palavras eram para se ver de ouvir. Então seria o caso de ouvir a frase pra se enxergar a Manhã de pernas abertas?

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Percepção e escuta no compartilhamento de situações cênicas

viewpoints

procedimentos de criação e jogo

poética da cena - pesquisando elementos corporais e imagéticos

 composições

Resposta Cinestésica - reação espontânea ao movimento que ocorre fora de nós, o movimento impulsivo que ocorre a partir do estímulo dos sentidos.


         novos estímulos - a introdução de objetos


                                      
                                       relação espacial e resposta cinestésica ao outro

As formas de um corpo ser afetado.
Trabalhar a escuta da ação do outro

percepção global - permitir que as informações venham em nossa direção




o percurso criador como uma trajetória de experiências


                                                               Percepção e escuta
                                                          Um eco na minha garganta


Saudades 

Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...

Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...

Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...

Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

[...]
Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!

[...]
Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!

Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!

Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,

Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,

[...]
E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...
                                 
                          Clarice Lispector
                                                            
                                                              Enviado pela criança abaixo

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